sábado, 30 de janeiro de 2010

Esperança


Esperança
Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano,
Vive uma louca chamada Esperança,
E ela pensa que quando todas as sirenas,
Todas as buzinas,
Todos os reco-recos, tocarem
Atira-se,
E — ó delicioso vôo! Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada, Outra vez criança... E em torno dela indagará o povo: — Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes? E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

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